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Mastites não-puerperais ou crônicas






São divididas em mastites infecciosas (quando existe um agente infeccioso) e em não infecciosas.


São aquelas que tem mais de 30 dias de evolução ou apresentam recorrência após seu tratamento inicial.


Podem ou não ser precedidas por uma infecção aguda.


MASTITES NÃO INFECCIOSAS:


1-Ectasia ductal e mastite periductal:

A ectasia corresponde à dilatação dos ductos terminais da mama com acúmulo de secreções e restos celulares em seu interior. Pode ocorrer, consequentemente, um processo inflamatório ao redor desses ductos, daí o nome de mastite periductal.

Ocorre, principalmente, em mulheres entre 40 e 50 anos.

É uma patologia benigna que pode estar associada à saída de secreção em ambos mamilos (derrame ductal) caracterizada por ser multicolorido e presente em vários ductos.

Pode ser causa de abscesso mamário não-puerperal e até de fístula (comunicação do ducto lesionado com a pele).


2-Eczema areolar:

È uma dermatite exsudativa e descamativa de aréola e mamilo, em geral bilateral associada à prurido (coceira).

Geralmente, a causa é alergia a tecidos sintéticos do sutiã.

O tratamento é feito com cremes de corticóide e uso de sutiã de algodão.

Em caso de melhora parcial ou sem resposta deve-se fazer uma biópsia para diagnóstico diferencial com um tipo raro de câncer de mama que se chama carcinoma de Paget.


3-Doença de Mondor:

É a tromboflebite superficial da parede torácica.

Muito rara e benigna aparece como um cordão palpável na superfície da mama, às vezes, doloroso. O diagnóstico é clínico e o tratamento é conservador. Processo autolimitado que dura em torno de 2 semanas a 2 meses. Uso apenas de analgésicos e antiinflamatórios.


4- Mastite associada à sarcoidose:

A sarcoidose mamária (doença granulomatosa idiopática ou sem causa definida) pode aparecer de várias formas, desde formas nodulares até mastite granulomatosa com todos os sintomas de processo inflamatório. Também de difícil diagnóstico e tratamento.


5-Mastite idiopática granulomatosa:

Doença muito rara, onde são identificados vários granulomas ( são reações excessivas que o nosso organismo apresenta quando em contato com algum agente tipo corpo estranho) sem causa definida identificada.

Pode ter alguma causa auto-imune ainda não identificada.

Patologia de difícil tratamento, alto grau de recorrência.

Melhores respostas com corticoides e com metotrexato.

Cirurgias geralmente não tem boa resposta.


6-Necrose gordurosa ou esteatonecrose:

Patologia frequente decorrente de trauma mamário acidental ou cirúrgico (como nas mamoplastias redutoras onde é mais frequente).

Clinicamente, corresponde a área nodular endurecida, aderida, dolorosa ou não, com alteração da pele (como espessamento ou retração) ou não.

O diagnóstico ao exame físico é difícil por simular, algumas vezes, aspecto de um carcinoma.

Um profissional especializado se faz necessário para descartar essa possibilidade.

Geralmente os exames de imagem e uma biópsia são conclusivos.



MASTITES INFECCIOSAS:


1-Abscesso subareolar crônico recidivante:

Também chamado de abscesso não-puerperal e Doença de Zuskas quando apresenta fístulas.

O quadro inflamatório acontece em região peri e subareolar e é consequente à ectasia ductal e à mastite periductal.

O diagnóstico é feito por sinais de processo inflamatório como calor, dor, vermelhidão, nódulo palpável nessa região geralmente com ponto de flutuação (área amolecida encima do nódulo) e até drenagem espontânea da secreção purulenta por uma fístula.

O tratamento se baseia na drenagem e antibioticoterapia quando o processo está agudo.

Torna-se na maioria das vezes crônico com fistulização que deve ser corrigida cirurgicamente.

A cirurgia para retirada da fístula (fistulectomia) deve ser feita após esfriar o processo inflamatório.

Associado fortemente ao tabagismo, diabetes melitus e obesidade.

Agentes infeccioso mais comuns são S. aureus, Proteus sp., Streptococcus sp.


2-Infecões mamárias raras:

Mastites secundárias a infecções fúngicas (actinomicose, blastomicose, esporotricose), a sífilis, a sarcoidose, a tuberculose e a parasitoses (hidatidose, filariose) e a miíase.

São doenças raras e de difícil diagnóstico e tratamento.


2.1-Mastite tuberculosa:

A mastite tuberculosa ocorre mais frequentemente na fase puerperal mas pode ocorrer em qualquer fase da mulher, principalmente, na fase reprodutiva.

O tratamento é feito com medicamentos específicos para tuberculose.

Essas mastites simulam algumas vezes carcinomas e o diagnóstico é feito por biópsia.


2.2- Mastites fúngicas:

As mastites fúngicas têm uma tendência à abscessos e à fistulização sendo de difícil tratamento, porém, felizmente, muito raras.

Outras infecções por fungos nas mamas: candidíase em sulco inframamário e ptiríase versicolor em tronco e mamas. Tratamento feito com medicamentos tópicos apenas.


2.3- Mastite sifilítica:

A sífilis mamária pode ocorrer na forma primária (cancro) e terciária (gomas),

Diagnóstico feito por exames de sangue específicos para a patologia e o tratamento também é feito com medicamentos específicos para sífilis (de acordo com a fase da doença).


2.4-Mastite viral:

Processos infecciosos ocasionados por herpes simples ou herpes zoster.

Geralmente associado ao herpes genital e/ou oral.

Diagnóstico clínico feito pela presença de vesículas dolorosas na pele das mamas.

Como no herpes em outras regiões, geralmente o processo é autolimitado entre 7 a 10 dias.

Febre e mal-estar podem ocorrer.

Tratamento com medicamentos específicos.


2.5- Mastite por micobactérias:

Processos infecciosos de evolução extremamente lenta.

Ocorrem geralmente em pacientes com imunodeficiência.


2-6-Matites por parasitas:

Nos casos de infecção por parasitose, o tratamento é o debridamento cirúrgico da área.



Conclusão:

Importante ressaltar que todos esses processos, quando avaliados precocemente, mais fácil é o seu manejo e tratamento com menos complicações.


Alguns casos são, realmente, de difícil diagnóstico e tratamento, porém, nas mãos de um especialista mastologista torna-se menos traumático todo o processo.


O tratamento deve ser sempre individualizado.



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